Em um cenário de mudanças cada vez mais rápidas e efêmeras, a economia circular baseia-se em um ecossistema regenerativo, que busca repensar todas as relações no processo de produção de um produto ou serviço, além de otimizar o uso dos recursos naturais e seu impacto. Por Edward Lenzi

Na sessão de ativação 3 do WDCD 2017, mediada pela designer Lígia Coimbra, a estilista Flavia Aranha falou sobre os desafios da liderança na proposição de inovações e novos processos a estruturas já consolidadas e sobre a importância do uso de ferramentas digitais, como o machine learning e big data, para acelerar decisões estratégicas.

A visão integrada de Flavia na moda conecta produtores, marca e consumidores com a valorização da biodiversidade local e do artesanato como conhecimento ancestral, aliados às novas tecnologias e ao conhecimento aberto, ampliando o alcance das ações e inspirando novos insights. Os resíduos têxteis da produção são inteiramente reaproveitados e o consumidor é inserido na cadeia também através das etiquetas dos produtos, onde QRCodes mostram cada etapa da produção e aproximam-no da marca por sua escolha consciente. Na economia circular, o lucro é parte de um processo maior, e não o seu objetivo final.

HOUSE OF VANS

Para o designer e skatista Pete Hellicar, assim como o skate, a economia circular redefine o mundo ao nosso redor e diz respeito a todos nós individualmente, através das experiências pessoais. Na criação da House of Vans em Londres, Peter ressignificou um espaço subterrâneo desocupado na estação de Waterloo com o mínimo impacto ambiental ou uso de materiais, e trouxe novo fôlego econômico e cultural à área, fortalecendo ainda mais a Vans e sua influência comportamental no meio urbano. A estrutura, que seria desmontada neste ano, ganhou sobrevida até 2019.

MANIFESTO 17:30

Por fim, Marcus Nakagawa, diretor da ABRAPS, alertou para a ameaça de green washing pelas empresas frente às exigências dos novos consumidores e apresentou alguns princípios da liderança sustentável. Segundo ele, ela  deve apontar tendências e buscar soluções com possibilidades rentáveis para problemas já identificados ou inovações para problemas ainda não reconhecidos. Com o manifesto 17:30, ele busca engajar e conscientizar empreendedores, marcas e profissionais para os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela ONU até 2030.