“São Paulo é um monstro lindo”, disse o arquiteto e designer Marko Brajovic a Lucas Verweij e Jurgen Bey quando eles visitaram o seu estúdio em São Paulo para o WDCD. “Esta cidade oferece muitas informações sobre como as coisas podem mudar. Aqui você encontra a melhor mistura de modernismo e natureza”.
Após o What Design Can Do São Paulo, o moderador do evento, Lucas Verweij, e o designer Jurgen Bey visitaram Marko Brajovic em seu atelier no bairro de Perdizes. Brajovic, que é muito inspirado pela natureza e biomimética, mostrou aos visitantes alguns dos projetos em que o estúdio está trabalhando atualmente.
Dentre eles, objetos urbanos públicos para uma ação da Coca-Cola na Copa do Mundo de Futebol na Rússia no próximo ano e uma pequena aldeia de pavilhões para uma apresentação da empresa de metais sanitários Docol. Outro projeto interessante é uma casa de férias que o atelier está projetando com base em um briefing da filha de 10 anos do diretor.
Em seguida, Bey e Verweij foram convidados a subir as escadas especiais com passos desiguais – “pé direito primeiro, depois esquerdo”, instrui Brajovic – para a sala de reuniões no andar de cima. Aqui Brajovic explicou como ele, vindo de Montenegro, via Veneza, Barcelona e Costa Rica, acabou em São Paulo. “Eu quero estar perto da floresta, porque é um laboratório para mim”, falou sobre sua decisão de permanecer na megacidade. O amor também tem algo a ver com isso.
ARTESANATO ANCESTRAL
Durante a reunião, Brajovic falou sobre seu interesse pela natureza – “a natureza é um designer de 3,8 bilhões de anos”. Em vez de desenhar seus projetos, ele gosta de vê-los crescer sozinhos usando softwares como o Grasshopper. “Também estou interessado em ver como podemos conectar artesanatos ancestrais com o mundo digital”, disse Brajovic. “Há semelhanças no sentido de que você dá uma tarefa ou uma receita tanto para um artesão quanto para um software digital e pode observar o que sai deles”.
De tudo o que foi dito, entendeu-se que Brajovic não quer se limitar a uma abordagem ou disciplina. “Eu quero trabalhar com muitas disciplinas diferentes, e eu gosto de ter muitas saídas, seja para uma cena de teatro, móveis, uma casa, objetos urbanos ou pesquisa em novos materiais crescentes”, disse o designer. “Na verdade, vejo como meu dever fazer com que os instrumentos, intelectuais e físicos, façam a diferença para a próxima geração”.
OUTROS ENCONTROS
Jurgen Bey também visitou o arquiteto Guto Requena em seu estúdio (veja na foto abaixo) e Pete Hellicar fez um tuor noturno pela cidade guiado pelo famoso artista de grafite de São Paulo, Alexandre Orion.